...solidariedade com o Es.Col.A da Fontinha


Sábado, 18 de fevereiro de 2012 a partir das 16h

Cinco anos de abandono. Não um abandono involuntário, de quem se esquece, mas doloso, de quem vai recebendo notícias más e prefere fazer de conta que não ouviu. Um abandono de cinco anos, um luxo, se se tiver em conta a sorte de quem sobrevive nas redondezas, escravos de empregos ridiculamente pagos, quando os há, ou de esquemas diários de sobrevivência. Gente descartável para a gestão da cidade, a quem se tirou cinemas, teatros, bailes, festas, vizinhos, últimos resquícios duma urbe em gentrificação que espera que morram e apodreçam. Deixaram o vazio. Das casas abandonadas, das vidas sem perspectivas, do entretenimento massificado pronto a consumir, da escola a convidar ao vandalismo.

Um mês depois de reactivada e aberta à comunidade que deveria servir, volta a ser fechada, com recurso a shotguns, elevadores, carros de bombeiros, uma junção, sem precedentes na zona, de quase todas as forças policiais e cordas para rappel. Para voltar ao abandono, mais triste ainda, por já se ter descoberto que, afinal, sim, é possível.

E houve quase um tremor de terra, pelo menos assim o sentiu quem o viveu, em que, espantados, reparámos que a população da zona já acreditava mais no que podia fazer ali do que no que, eventualmente, a autarquia não ia fazer. Com essa força, um colectivo autogerido, de base assembleária, a decidir por consenso, ganhou à Câmara, uma das mais prepotentes deste pantanal, a batalha pela posse dum espaço ocupado. Activistas, sim, mas também muitos moradores e gente solidária conseguiram discutir, definir estratégias, aprovar textos e actuações que culminaram com a devolução da Escola do Alto da Fontinha ao Es.Col.A.

E a D. Amélia faz o jantar-que-estes-meninos-não-têm-cuidado-com-o-comer, o Diogo organiza um ciclo de cinema, há quem vá ao Yoga, uns jogam basket, badminton, ténis de mesa, futebol, outros andam de bicicleta ou fazem escalada, ou crochet, ou cantam, e vêem filmes e constroem um ginásio, ou uma bicicleta, um computador, um instrumento musical, vêem o email, têm ajuda para os trabalhos de casa, há roupa grátis e há café, capoeira, … e, se não houver o que quiseres, tu fazes.

Nunca aqui houve lei. Nem no despejo, nem na reocupação, nem no re-despejo. Não interessa. Estão a mais? Shotguns! Temos que os deixar voltar? Assina-se uma cena e nem se cumpre. Voltam a estar a mais? Diz nos jornais que até somos amigos e prorrogamos um prazo que nunca existiu.

Nunca aqui houve boa fé. Houve o recuo do derrotado, a espera, o contra-ataque que se quer definitivo. E que o seria, numa terra onde o inevitável fosse a lei. Mas, ali, há muito que se ultrapassou a barreira do possível. E já não se quer voltar atrás.

Copiamos este texto, retirado de pt.indymedia.org, para reafirmar que a ocupação e a libertação de espaço, com a consequente criação de alternativas é uma das formas mais eficazes de lutar por um mundo mais justo. Rádio CasaViva, uma rádio solidária com todos os espaços libertados e geridos de forma autogestionária.


SÁBADO

16:00h - Salamaleques de Asib Mohamed


No passado domingo, dia 12 de fevereiro de 2012, fez exatamente 12 anos que Jay Hawkins morreu. Por um acaso cruzei-me com um vídeo no youtube do seu "I putt a spell on you" e resolvi ver a sua história. Felizmente, ainda se podem ver estes vídeos, lutemos contra a ACTA para que estas e outras coisas sejam salvaguardadas, incluíndo a nossa liberdade. Depois de ver a data da sua morte senti vontade de fazer esta homenagem a um grande músico. Sempre acompanhado de agendas e algumas notícias.


18:00h - Canto Do Gregório - 3.01


Esta semana o grégo conta estórias de ocupas, salpicadas por um xeique de arrepiar o bigode da tua avó.

A Es.Col.A é do bairro. Hoje, amanhã e sempre!


22:00h - TEORIA DA CONSPIRAÇÃO #45 
(Especial Carnaval) Apresentado por Truka.


Conspiração da Semana: Escravidão Moderna - O Carnaval, que nunca foi feriado, era um dia que não se trabalhava, feriados foram excluídos, despedir é mais barato e esta palhaçada não tem fim. Afinal somos e sempre fomos escravos... nasces num mundo que te dá tudo, tens de pagar para viver e trabalhar para sobreviver (e mal). Somos escravizados por aqueles que são eleitos por uma maioria, que ironia... seremos masoquistas??? Alex Jones é paranóico mas tem razão.
Música: Só Brasileira - Samba e não só... e brasileiras semi nuas a fazer shake com as suas bundas que mais parecem enormes gelatinas...



sábado 18 fevereiro 24h00 e domingo 19 fevereiro 00h05
As Meninas da Rádio 




Desengane-se quem imagina que se trata de um programa coquete. Queremos partilhar conversas, entrevistas, música, notícias, agenda e possíveis divagações. As meninas da rádio hoje apresentam… uma conversa sobre o Espaço Colectivo Autogestionado do Alto da Fontinha, com alguns dos implicados no projecto. 
As meninas da rádio recusam o conformismo. Não deixaremos passar!

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